domingo, 26 de novembro de 2017

Bahia Black - (1992) Ritual Beating System


Bill Laswell é um baixista estadunidense famosíssimo, produtor e empresário musical. Esteve envolvido em milhares e milhares de trabalhos e gravações com trocentos colaboradores do mundo todo. Especialista em funk, world music, jazz, dub e ambient music, é com certeza um experimentador e experimentalista de mão cheia. Em 1992, o danado resolveu reunir uma galera do balacobaco para executar um projeto ousado e ambicioso: o Bahia Black. Certamente uma homenagem à sonoridade brazuca onde a mistura, a miscigenação e o ecletismo se juntaram ferozmente para experimentações libertárias e libertinas; musicalmente falando, meu brother! Olha só, o time da parada é composto por: Carlinhos Brown na percussão, violão e vocal; Wayne Shorter no saxofone; Henry Threadgill na flauta; Herbie Hancock no piano; Bernie Worrell no teclado Hammond; Tony Walls na batera; Larry Wright e David Chapman nos baldes (sim, baldes para experimentos percussivos!). Batucadas carnavalescas acasalam-se com fluxos bossa-novícos e muitos improvisos técnicos de jazz. Com certeza é um álbum muito incomum!

 Bahia Black - (1992) Ritual Beating System:

01 Retrato Calado
02 Capitão Do Asfalto
03 The Seven Powers
04 Uma Viagen Del Baldes De Larry Wright
05 Olodum
06 Guia Pro Congal
07 Gwagwa O De
08 Follow Me
09 Nina In The Womb Of The Forest

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domingo, 19 de novembro de 2017

Chris Joss - (2002) Dr. Rhythm


Chris Joss é um produtor e multi-instrumentista francês que até o momento nos presenteou com nove álbuns de estúdio; Dr. Rhythm é o seu segundo. Prepare-se para dançar alucinadamente, para requebrar-se cheio de swing, e para entrar com força no embalo de baladas frenéticas. Atravesse túneis astrais retrospectivos e mergulhe nas ondas nostálgicas de musicalidade fluídica e hiper flutuante. Cada álbum desse camarada é um novo convite a uma viagem muito particular, onde introspecções brisantes complementam-se dialeticamente com extroversões corporais extravagantes. Elucubrações soul-funk setentistas mescladas inteligentemente com modernidades ecléticas e de bom gosto. Dr. Rhythm mostra uma pegada mais eletrônica que permeou os primeiros trabalhos de Joss. Experimentos de samples combinados com organicidades sonoras formariam a essência de seus trabalhos posteriores, e aqui esse empreendimento toma forma e gosto. E por fim, adoro essa capinha nostálgica que faz referência à ciência das misturas e configurações laboratoriais de sonoridades! Chega mais!

Chris Joss - (2002) Dr. Rhythm:

01 Table Of Contents
02 Dr. Rhythm
03 The Gnomes
04 Back On Stage
05 The Sequel
06 The Break In
07 The Fuse
08 No Sampling Allowed
09 Woolly Waltz
10 Blizzard White Out
11 I'm So Electric
12 Constant Vibration
13 Lesson One
14 Bakara
15 Bombay Revisited

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domingo, 12 de novembro de 2017

Bonobo - (2003) Dial 'M' For Monkey


Bonobo é o nome do projeto do DJ britânico, Simon Green. Já é um projeto famoso e adorado por muita gente. Aqui você encontra o melhor da música eletrônica relaxante e contemplativa. Eu já comentei um outro álbum dele por aqui, a obra prima Black Sands. Dial 'M' For Monkey é o segundo disco do artista. São nove faixas de entorpecimento viajante que nos conduz na manha do gato por enevoamentos abstrativos e perambulações rarefeitas duma musicalidade sem pressa de ser feliz, e sem a ansiedade de conclusões mais diretas. É uma compilação de experiências e combinações de beats que vão se amarrando naturalmente num fluxo que parece acompanhar o enredo orgânico da realidade. Uma trilha sonora para os momentos de reflexão e absorção da presença total na vida. O disco é leve, é suave, e tem um refinado desprendimento supra acalentador da alma. O estilo marcante de Bonobo é um entremeio de elementos essenciais do downtempo com as profundidades lúgubres do trip-hop; difícil não cair num estado de torpor e hipnose meditativa no andar da carruagem sonora. Boa viagem!

Bonobo - (2003) Dial 'M' For Monkey:

01 Noctuary
02 Flutter
03 D Song
04 Change Down
05 Wayward Bob
06 Pick Up
07 Something For Windy
08 Nothing Owed
09 Light Pattern

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domingo, 5 de novembro de 2017

Renegades Of Jazz - (2012) Hip To The Remix


Texto sobre o artista adaptado de sua página oficial: Música crua e pesada, fusão do jazz com elementos de breakbeat, levando o jazz de volta para a pista de dança. Tudo começou como uma experiência na tentativa de algo novo. Renegades Of Jazz logo conseguiu assinar um contrato com o selo britânico Wass Records sob a tutela do produtor Smoove. Depois do sucesso de seu primeiro single e uma boa recepção no restante do mundo, Renegades Of Jazz entregou seu primeiro disco em 2011. Renegades Of Jazz, também conhecido como DJ David Hanke, passou seus primeiros anos crescendo na Tanzânia, cercado por música nativo africana. Quando a família retornou à Alemanha, ele interessou-se por ouvir coleções de discos daquele país de seu tempo no exterior. Na década de 1990 ele se influenciaria pelo northwest-rock-explosion que muito esteve presente na sua juventude, mas logo se enjoaria do estilo ao descobrir o mundo dos downbeats e breakbeats. Rapidamente apaixonou-se pelo funk e soul, uniu-se com outro DJ e formou o Renegades Of Jazz em 2009, depois de se inspirar nas antigas bolachinhas de jazz de seu avô.

 Renegades Of Jazz - (2012) Hip To The Remix:

01 Hip To The Jive (Hugo Kant Remix)
02 Black Milk (Deli Kutt Remix)
03 Karabine (The Uptown Felaz Remix)
04 Hooked On Swing (Daytoner Remix)
05 Apple Sauce (Dusty Remix)
06 Blow Your Horn (DJ Andy Taylor Remix)
07 Voodoo Juju (Frohlocker Remix)
08 Jitterbug (Tim McVicar Remix)
09 Get A Wiggle On (Suonho Remix)
10 Solitaire (Jazzy Gentle Remix)
11 Seaside Suicide (Herma Puma Remix)
12 You Better Run (Printempo Remix)

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domingo, 22 de outubro de 2017

The Budos Band - (2009) The Budos Band EP


Vou me repetir, o que eu disse antes para o The Budos Band III, também vale para o EP:  primeiro recheadíssimo EP da incrível e performática The Budos Band. Som pesado e temperado de metais solfejadores de tons graves, soturnos e hipnotizadores; batidas de pegada bruta com cadências em gingado malandro; melodias inebriantes em cativantes fluências de órgãos ferozes espiralando mistério. The Budos Band consegue ser doce e amargo ao mesmo tempo. Faz carícias amorosas e depois lhe senta a porrada sem dó! É furioso e super flutuante, contamina-o com nostalgia e o conduz em estradas desertas numa viagem sem destino. A combinação e harmonização entre conscientes marcações rítmicas e virtuosos desdobramentos melódicos, causam um efeito de extremo psicodelismo onírico surreal. É uma música selvagem, com ambiências temperamentais e ornamentada de estilo. Como um escorpião, espreita uma caça a ser agarrada e inoculada com seu veneno: delicioso veneno musical que embriaga-o com alto teor de prazer auditivo. Um disco curto e mortal! Duvida? Tome uma picada!

 The Budos Band - (2009) The Budos Band EP:

01 Hidden Hand
02 Mas O Menos
03 The Proposition
04 Ephra
05 Nobody's Bulletproof
06 Smoke Gets In
07 Untitled

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domingo, 15 de outubro de 2017

Skalariak - (2001) En La Kalle


Skalariak é uma banda espanhola de ska formada em 1994 pelos irmãos Juantxo Skalari e Peio Skalari, e como podemos ver, já traz o ska até no nome dos fundadores da parada, rsrsrs. Em seus trabalhos podem ser encontrados a influência e o desdobramento de estilos como o punk rock e o reggaeEn La Kalle é o quarto álbum da banda e um dos seus mais conhecidos. O sacode-pra-lá e sacode-pra-cá na malemolência dançante são a essência do gênero, e aqui ele recebe um tempero especial com letras engajadas e politizadas na linha do bom humor. A produção nos apresenta uma estética crua e bruta numa organicidade muito próxima da sonoridade ao vivo, e o que dá uma atmosfera bem íntima do punk rock. O ritmo da bolacha é sempre para o alto e mantém firme a pegada despojada de baile underground de pubs alternativos; e na fluência da audição dá até para imaginar os pogos skapunks em danças malucas pelo salão, rsrsrs. A jovialidade energética perpassa toda a bolacha e deixa registrado um momento de descontração e de catarse rebelde onde voltamos à adolescência ativista de sonhos inconsequentes.

 Skalariak - (2001) En La Kalle:

01 Sarrera III
02 Estoy De Revuelta
03 Oligarquía
04 En La Civilización
05 Skalari Rude Klub (S.R.K.)
06 Ruido
07 Quién Nos Ha Robado
08 Nuestra Manifestación
09 Emakume Askea... Lur Askea
10 La Makina Ska
11 Vodka Revolución
12 Plaza Gorria
13 Eguzkitan Edan
14 La Kalle Ska

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domingo, 8 de outubro de 2017

Balkan Beat Box ‎- (2010) Blue Eyed Black Boy


Balkan Beat Box é um trio israelense, naturalizado nos EUA, de experimentalismos eletrônicos e pop-world-musiqueirosBlue Eyed Black Boy é o terceiro álbum destes camaradas e traz aquela pegada já muito bem trabalha em seus discos anteriores. A música do grupo não se prende a estereótipos específicos, possui a fluidez e organicidade plástica dos trabalhos honestos e sinceros de artistas que brincam livremente com suas experimentações. O que há de comum, e torna-se a sua marca registrada, é o uso de elementos da música tradicional balcânica. Batucadas e acordeons; tecladinhos, saxofones e trompetes debulhando melodias características; cantos ao estilo tradicional balcânico misturados com o swing do ragga-dub; muito balanço, muito grooveO trabalho dos caras consegue fazer uma combinação muito legal de sonoridade alternativa e exigências mercadológicas popísticas, e, malandramente, sem cair na armadilha da musicalidade fast-food. Experimentalismos viajantes desenrolam-se com bom humor, e uma mistureba doida de elementos musicais étnicos temperam esse caldo universalista e charmoso.

 Balkan Beat Box ‎- (2010) Blue Eyed Black Boy:

01 Intro
02 Move It
03 Blue Eyed Black Boy
04 Marcha De La Vida
05 Dancing With The Moon
06 Kabulectro
07 My Baby
08 Balcumbia
09 Look Them Act
10 Smatron
11 Lijepa Mare
12 Why
13 Buhala
14 War Again

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domingo, 1 de outubro de 2017

The Scofflaws - (1991) The Scofflaws


The Scofflaws é uma banda de ska de Nova York, que estreou em 1988. Conhecidos por seus espetaculares shows ao vivo, solos de metais tecnicamente proficientes e belos arranjos, os Scofflaws foram um dos principais grupos de ska dos anos 90. A banda originalmente se apresentou como The New Bohemians, com uma ênfase mais forte em canções temáticas de novelas dos anos 60, programas de televisão e R&B. O som inicial do Scofflaws foi caracterizado por fortes influências de R&B e jazz, bem como covers ecléticos de canções como A Shot In The Dark de Henry Mancini, o tema de Danny Elfman para As Grandes Aventuras De Pee-Wee, e uma versão ao vivo escaldante de Ska-La Parisian do The Skatalites. A formação da banda teve mudanças frequentes e serviu como trampolim para inúmeros músicos de ska de Nova York para iniciarem outros projetos, além de servir de influência para a criação de vários grupos indiretos. The Scofflaws, álbum autointitulado, é o primeiro trabalho de estúdio da banda. Um trabalho excelente que traz o melhor do ska desenvolvido por suas mais variadas nuances e estilos.

The Scofflaws - (1991) The Scofflaws:

01 Daniel Ortega
02 Rudy's Back
03 Ska-La-Carte
04 Paul Getty
05 A Shot In The Dark
06 Ali-Ska-Ba
07 Goin' Back To Kingston
08 Night Train
09 Guru
10 The Man With The Golden Arm
11 Pee Wee's Big Adventure
12 Rudy In Paris
13 Moanin'

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sábado, 30 de setembro de 2017

Ibeyi - (2017) Ash

 

Miojo Indie: "Se você já assistiu a uma apresentação ao vivo das irmãs Lisa-Kaindé e Naomi Díaz, sabe da força do Ibeyi em cima dos palcos. Composições de essência minimalista, sempre econômicas, caso do delicado repertório produzido para o autointitulado primeiro álbum de estúdio da banda franco-cubana, mas que acabam se transformando em meio ao jogo de vozes, respiros breves e toda a atmosfera percussiva que cresce de forma expressiva a cada nova experiência detalhada pela dupla. Interessante perceber nas canções de Ash (2017, XL Recordings), segundo registro de inéditas das gêmeas sob o título de Ibeyi, uma clara transposição da mesma grandiosidade que marca as apresentações ao vivo da dupla. Entre batidas e ambientações explosivas, versos marcados pela forte sensibilidade assumem um novo posicionamento criativo, como se das cinzas de River, Ghosts e demais faixas do primeiro disco, o duo arquitetasse a base de um novo ambiente conceitual [...]" - Para ler o restante da resenha, entre no link fornecido no nome site. De minha parte, digo que temos aqui mais uma belíssima viagem contemplativa!

Ibeyi - (2017) Ash:

01 I Carried This For Years
02 Away Away
03 Deathless [Feat. Kamasi Washington]
04 I Wanna Be Like You
05 No Man Is Big Enough For My Arms
06 Valé
07 Waves
08 Transmission-Michaelion [Feat. Meshell Ndegeocello]
09 Me Voy [Feat. Mala Rodriguez]
10 When Will I Learn [Feat. Chilly Gonzales]
11 Numb
12 Ash

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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Sandália De Prata - (2011) Desafio Ao Galo


Os paulistas do Sandália De Prata arrebentam tudo num samba rock pesadão com swing monstro. A banda é composta por: Ully Costa no vocal brilhante; Dado Tristão nos teclados; Ocimar De Paula no baixo; Everson Gama na guitarra; Dedéu Soares na bateria; Tito Amorim na percussão; João Lenhari no trompete; Jorginho Neto no trombone e Raphael PH no sax. Música contagiante e portadora do espírito de esplendor, alegria e irradiância. Coisa fina e elegante, singelo e popular, trilha sonora festiva para requebrados ardentes em clássicos salões de samba rockDesafio Ao Galo é o segundo trabalho do grupo, e aqui a pegada estonteante de antes mantém-se firme e forte com o acréscimo de momentos levemente acid jazz e suavizações contemplativas para sessões relaxO samba de gafieira continua como coluna vertebral num esquema rítmico que ainda traz influências de jazz e pegadas de soul musicO nome do disco foi inspirado em um tradicional campeonato de futebol de várzea que por muitos anos reuniu clubes amadores e semi-profissionais em campos paulistanos. Não se avexe e caia na gandaia desse gingado hipnotizante!

Sandália De Prata - (2011) Desafio Ao Galo:

01 Menino Rei
02 Som De Drão
03 Rolê Na Paulicéia
04 João
05 O Cravo Brigou Com A Rosa
06 Vou Deixar Rolar
07 Tapa Do Siri
08 Fez Por Merecer
09 Quem Sabe, Sabe [Com Elza Soares]
10 Sensual Funk
11 Reza Forte [Faixa Bônus]

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sábado, 9 de setembro de 2017

Forró In The Dark - (2006) Bonfires Of São João


Forró In The Dark é uma banda de world music fundada em 2002 em Nova Iorque, Estados Unidos, e é formada por músicos brasileiros. O som dessa rapaziada combina forró porreta com um caldeirão de rock, jazz, reggae, psicodélica, folk e muito mais. Juntos desde 2002, o grupo que tem como integrantes, Mauro Refosco (vocais e zabumba), Guilherme Monteiro (violão e guitarra), Jorge Continentino (pífanos, flautas, saxofones) e Davi Vieira (percussão), colaborou e se apresentou com uma grande variedade de artistas, incluindo David Byrne, Red Hot Chili Peppers, Atoms For Peace de Thom Yorke, Bebel Gilberto, Gal Costa e muitos outros. Bonfires Of São João é o primeiro álbum do grupo. Os músicos falam um pouco sobre ele: "...levando o gênero do forró ainda mais longe, adicionando riffs distorcidos de guitarra, arranhões de discos e saxofones pulsantes... e gravado vivo com apenas algumas dublagens mínimas, dando a eles uma forte vibração... os sons da banda balançam como uma dançarina do ventre epilética". Experimentalista e criativo, traz a típica miscigenação estilística à brasileira.

 Forró In The Dark - (2006) Bonfires Of São João:

01 Índios Do Norte
02 Forrowest
03 Asa Branca (Feat. David Byrne)
04 Limoreio Do Norte
05 Wandering Swallow - Juazeiro (Feat. Bebel Gilberto)
06 Que Que Tu Fez
07 Paraíba (Feat. Miho Hatori)
08 Riacho Do Navio
09 I Wish (Feat. David Byrne)
10 Cajuína
11 Oile Le La
12 Lampião Do Céu

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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Abnoba - (2006) Vai Facile


Abnoba é uma banda italiana de folk music jazzístico, e Vai Facile é o seu espetacular primeiro álbum de estúdio. Falarei aqui de mais uma daquelas descobertas fantásticas que fazemos ao acaso nas internets. Deparei-me com esta belezura no excelentíssimo blog Folk Yourself; blog esse que só tem coisa fina relacionada a sonoridade do AbnobaVai Facile não tem nada de costumeiramente normal se comparado ao comum da musicalidade pop em geral. E aqui o conceito de pop assume sua real carga semântica para nos trazer as raízes tradicionais do folclore e da música popular europeia. O álbum apresenta um estudo e reapropriação duma identidade cultural tradicional mesclada a elementos musicais contemporâneos como o jazz e o progressive rock. Sanfonas envenenadas desfilam miríades de melodias espiraladas e coloridas; gaitas brilhantes solfejam alegria e contagiantes vibrações positivas; violinos, violas e percussões formam uma base firme com balanço dançante e sedutor. A virtuosidade come solta em digressões hipnóticas, ascensionais e contemplativas. Bom pra carOlho!

Abnoba - (2006) Vai Facile:

01 Andro
02 Tourdion
03 Abnoba
04 But Your Sister
05 Archivolto - La Forge
06 Fenne
07 Dop
08 Uot Got Tacsi Draiver
09 Abnoba (Remix)

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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

The Prodigy ‎- (1992) Experience


The Prodigy é definitivamente um dos grupos de música eletrônica mais populares de todos os tempos. Sua musicalidade única e sempre caracteristicamente experimental, marcou a geração clubber dos anos 90. Nos primórdios dos anos 90 o estilo big-break-beat estava no seu desenvolvimento e abria ferozmente seu espaço nas pistas de dança britânicas e do mundo. Em Experience, o primeiro álbum destes malucos cientistas das batidas, o sentido literal da palavra que nomeia a bolacha é levado ao extremo de seu significado em composições que mesclam uma porrada de influências eletrônicas que vão do jungle, dance, trance, progressive, break-beat e sei lá mais o quê. Tudo numa vitamina potente liquidificada numa pasta musical saborosamente original. Batidas pesadas, rápidas, quebradas, dançantes e frenéticas numa porradaria louca hard tech, mas sem soar sujo ou agressivo demais aos ouvidos. A predominância de espaços com groove dão um tom mais dançante e empolgante para o trabalho, suavizando assim as partes mais nervosas. Experience é um experimento ousado que deu certo.

The Prodigy ‎- (1992) Experience:

01 Jericho
02 Music Reach (1-2-3-4)
03 Wind It Up
04 Your Love
05 Hyperspeed (G-Force Part 2)
06 Charly
07 Out Of Space
08 Everybody In The Place (155 And Rising)
09 Weather Experience
10 Fire (Sunrise Version)
11 Ruff In The Jungle Bizness
12 Death Of The Prodigy Dancers (Live)

Deguste um fluxo (faixa Everybody In The Place - 155 And Rising):



Mais pirações psicodélicas psicóticas! (faixa Out Of Space):



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Siga o Fluxo !!!

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

The Chemical Brothers - (1999) Surrender


No Surrender, sem dúvida é um dos melhores álbuns que Tom Rowlands e Ed Simons já produziram. É o terceiro disco da dupla britânica. A mistura de grandes hinos que viraram logo singles universais da música eletrônica e estrondosas melodias frias, quadradinhas e fluídas ao mesmo tempo, é quase perfeita. O disco abre com Music - Response que é evidentemente uma ode ao estilo robótico do Kraftwerk. Segue com Under The Influence e seus efeitos sinistros e perturbadores que são características bem definidoras do estilo The Chemical Brothers. Out Of Control, com seus sintetizadores trance e o vocal em participação especial de Bernard Sumner, continua sendo a melhor música do New Order que nunca gravaram. O disco desliza gostoso e ainda traz coisas lindas como Let Forever Be com participação de Noel Gallagher e a famosíssima Hey Boy Hey Girl. Numa síntese bem coesa, o trabalho mistura magicamente música eletrônica com rock, groove e a psicodelia lisérgica que não pode faltar na química dessa dupla djzística hiper criativa. Dançante e viajante ao mesmo tempo!

The Chemical Brothers - (1999) Surrender:

01 Music - Response
02 Under The Influence
03 Out Of Control
04 Orange Wedge
05 Let Forever Be
06 The Sunshine Underground
07 Asleep From Day
08 Got Glint?
09 Hey Boy Hey Girl
10 Surrender
11 Dream On

Deguste um fluxo (faixa Let Forever Be):



Loucura, loucura, loucura! (faixa Hey Boy Hey Girl):



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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Thievery Corporation - (2000) The Mirror Conspiracy


The Mirror Conspiracy é o segundo álbum da dupla estadunidense de música eletrônica downtempo, Thievery Corporation. Um dos projetos de música eletrônica mais ecléticos e experimentalistas do mundo. Também é um dos mais famosos. Neste trabalho os experimentos e flertes com o dub music começam a dar o seu ar da graça; o break beat aliado às introspecção da ambient music cria uma sofisticada combinação de pegadas fortes e envolventes com momentos brisantes e relaxantes; o bass groove sempre saliente forma um background hipnoticamente taciturno que nos compele à meditações e devaneios oníricos; e a cada faixa ouvimos a instilação da ousadia eclética que forma o caráter musical da dupla. Dub music, trip-hop, chillout, bossa nova e música indiana vêm colorir esta viagem mística aos confins do labirinto da mente. Um disco que é a trilha sonora de deliciosos passeios por lindas estradas verdejantes, de pacíficos instantes de contemplação do mar numa praia deserta, ou de alucinantes fugas psicológicas para o mundos dos sonhos. Boa viagem!

Thievery Corporation - (2000) The Mirror Conspiracy:

01 Treasures
02 Le Monde
03 Indra
04 Lebanese Blonde
05 Focus On Sight
06 Air Batucada
07 Só Com Você
08 Samba Tranquille
09 Shadows Of Ourselves
10 Hong Kong Triad
11 Illumination
12 The Mirror Conspiracy
13 Tomorrow

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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Massive Attack - (1994) Protection


Depois do sucesso de seu primeiro álbum, Blue Lines, o Massive Attack voltou imediatamente para o estúdio para tentar repetir a fórmula que os consagrou na música mundial. Protection, o segundo disco do grupo, é o resultado de novas ideias e experimentações perpetradas. Neste trabalho ouvimos um Massive Attack mais centrado e ainda mais introspectivo; a carga emocional das canções perdem um pouco de seu lado mais agressivo e destilam-se em novas ambientações soturnos e sombrias; elementos esses que tornaram-se marca registrada da banda. Em Protection, aquelas características que flertavam bastante com o hip-hop, foram meio que substituídas por incorporações mais futurísticas e de olho nas pistas de dance music. A simbiose estética de componentes orgânicos e eletrônicos casa-se perfeitamente e fecha o ciclo de combinações experimentais bem sucedidas. Bateria, guitarra, piano e vocais, unem-se a beats e bass grooves preparados cuidadosamente em mesas de estúdio. O disco encerra suas experimentações com um versão ao vivo de Light My Fire do The Doors.

Massive Attack - (1994) Protection:

01 Protection
02 Karmacoma
03 Three
04 Weather Storm
05 Spying Glass
06 Better Things
07 Euro Child
08 Sly
09 Heat Miser
10 Light My Fire (Live)

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quarta-feira, 26 de julho de 2017

Ska Cubano - (2004) Ska Cubano


Hoje ficamos com o debut álbum da engenhosa banda britânica de ska, Ska Cubano. Eu sei que você que não conhecia o grupo pensou a mesma coisa que eu quando me deparei com ele pela primeira vez: a banda Ska Cubano é de Cuba. Erramos! Ska Cubano é de Londres. E ao darmos o play nesta bolacha a surpresa pode aumentar ainda mais. A musicalidade do grupo é genuinamente temperada de ricos elementos cubanos. Associá-la com músicos da Inglaterra fica muito difícil. Todavia, esse resultado estético não nasceu de simples sorte na combinação técnica e performática; nasceu do estudo e busca de influências pelo produtor e fundador da banda, Peter A. Scott. Junto com o cantor Natty Bo do legendário Top Cats, Peter viajou para Santiago em Cuba, aliou-se a músicos locais e num processo de dois anos gravaram a pérola musical que lhe apresento. Dessa aventura compositora surgiu um trabalho engenhosamente criativo e autêntico. Pelo sincretismo de ritmos e gêneros - ska, reggae, jazz, mambo, africanidades - uma massa consistente apresenta-se com impacto e unicidade harmoniosa.

Ska Cubano - (2004) Ska Cubano:

01 Babalu
02 Revolutionary Ska
03 Bembé For Chango
04 Chango
05 Ciudad Dormida
06 Ska Cubano (San Fernando)
07 Loca Rumba
08 Bárbaro Del Ritmo
09 Relax And Mambo
10 Malanga Ska
11 Coqueteando
12 Yiri Yiri Bon (Dancehall Mix) [Bonus Track]
13 Who's Afraid Of The Big Bad Wolf? [Bonus Track]
14 Con El Chan Chan Chan [Bonus Track]
15 Malanga Ska (Instrumental) [Bonus Track]
16 Chango (Dancehall Mix) [Bonus Track]

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quarta-feira, 19 de julho de 2017

Pannonia Allstars Ska Orchestra - (2005) Budapest Ska Mood


Budapest Ska Mood é o primeiro disco da excelentíssima banda húngara de skaPannonia Allstars Ska Orchestra. Já no início de sua carreira, esse camaradas não tiverem economia na confabulação das composições e rechearam sua bolacha primogênita com dezesseis pauladas sonoras de ultra bom gosto. Não é à toa que são uma das mais importantes bandas do ska mundial. Composições certeiras, firmes e bem estruturadas numa musicalidade com alto profissionalismo e esmero técnico. No entanto, o que nos atrai mesmo é a alta carga de energia alto astral que transborda abundante em coros de metais, bases super dançantes e vocais acrobáticos ao estilo ragga. Fazendo jus ao ensinamentos dos mestres clássicos do skaPannonia Allstars Ska Orchestra representa a perfeita continuidade do melhor já produzido pelo gênero jamaicano unido a elementos da música tradicional húngara. Pegadas bombásticas de alegria; encadeamentos rítmicos de pula-pulas carnavalescos; e movimentos brisantes dum bom reggae para abrir espaços de descanso e relaxamento antes das próximas pauladas. Segure essa!

Pannonia Allstars Ska Orchestra - (2005) Budapest Ska Mood:

01 Balkan Fever
02 Police In Helicopter
03 Ignorance
04 Hello Gagarin!
05 Where Can I Go (Feat. King Django)
06 All Night Long
07 Rudie's Got A Soul
08 Greed
09 Tell Me Why...
10 Ska-Bah-Dub
11 Waiting For Salvation
12 Rudeboy Train
13 Mek It A Date (Feat. Dr. Ring Ding)
14 Sebaj
15 Policeman
16 Lakotelep

Deguste um fluxo (faixa Rudie's Got A Soul):



Isso sim é um carnaval, rsrsrs (faixa Hello Gagarin! ao vivo no Sziget) !!!



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quarta-feira, 12 de julho de 2017

Jazz Jamaica All Stars - (1993) Skaravan


A brincadeira aqui é de gente grande. Gente madura que sabe o que quer. A música neste álbum é tratada como se deve. Foi feita para penetrar todos os poros de nossa alma, e por meio de canções que a cada instante, nos convidam para dançar e festejar a vida. Assim é o ska, sempre de bem com a vida. Pra quê pressa? Pra quê preocupação? Pra quê estresse? Tudo flui, se vai, e se esvazia do que não É! O momento é o Agora! E aqui tudo está fluindo na mais tranquila suavidade, e banhando-nos de prazer sonoro acalentador. Cada espiral melodiosa dos metais, cada marcação rítmica ...um êxtase místico na união com a música. Skaravan é o primeiro trabalho dos britânicos do Jazz Jamaica All Stars, e como o próprio nome da banda já se propõe, nosso presente é um mix com influências da terra de Bob Marley, e uma magnífica homenagem às feras do jazz. Um massivo ato mágico de volatilizar-nos a altas frequências de bem-estar. Nesta semana você não precisa ir ao terreiro se benzer, escute este disco e ele será o suficiente para fazer-lhe uma caprichada limpeza astral. Belíssimo!

Jazz Jamaica All Stars - (1993) Skaravan:

01 Barbados
02 Don Cosmic
03 Skaravan
04 Ramblin'
05 Nubia
06 Bridge View
07 You're So Delightful
08 Peanut Vendor
09 Green Island
10 Africa

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quarta-feira, 5 de julho de 2017

The Whitefield Brothers - (2009) Earthology


The Whitefield Brothers é uma dupla alemã de soul-funk experimental, e é formado por Jan e Max Weissenfeldt, ex-integrantes de outro grupo conhecido do cenário soul-funk, o Poets Of RhythmEarthology é a segunda bolacha da dupla, que também traz nela uma total despretensão com qualquer virtuosismo técnico, mas que compensam caprichosamente em elaborações rítmicas permeadas de swing, balanço, e com muitas participações especiais (os MC's Bajka, Percee P, MED, EdanMr. Lif; mais os instrumentistas El Michels Affair e Quantic). O que mais chamou minha atenção ao ouvir o trabalho deles, foi um arcaísmo primitivo que delineia-se nas entrelinhas sonoras, criando uma estranha atmosfera tribal num estilo super flexível onde o molejo dançante aparece como maior destaque. No experimentalismo do The Whitefield Brothers, a aventura se desdobra em percursos tortos, sinuosos e desconhecidos. A catalização dos elementos de raiz africana surgem naturalmente nas canções. Suas músicas soam diferentes, estranhas e soturnas para quem está acostumado a ouvir um soul mais pomposo.

The Whitefield Brothers - (2009) Earthology:

01 Joyful Exaltation (Feat. Bajka)
02 Safari Strut
03 Reverse (Feat. Percee P & MED)
04 Taisho
05 Sad Nile
06 The Gift (Feat. Edan & Mr. Lif)
07 NTU
08 Pamukkale
09 Alin
10 Breakin' Through (Feat. El Michels Affair)
11 Sem Yelesh
12 Lullaby For Lagos (Feat. Quantic)
13 Chich

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terça-feira, 27 de junho de 2017

Hidden Orchestra - (2010) Night Walks


Do site Last.fm: "Hidden Orchestra é um grupo de jazz eletrônico de Edimburgo. Seu álbum de estreia, 'Night Walks', foi lançado em setembro de 2010. O grupo era conhecido anteriormente como Joe Acheson Quartet. Além do jazz, usam elementos psicodélicos, do pop, reggae, e hip-hop. Improvisam com sons naturais e combinam com efeitos eletrônicos para deixar suas músicas com tons mais energéticos e emocionais. O álbum de estreia teve sucesso por toda a Europa, assim sendo o 'Álbum do Mês' na BBC Radio 1 e foi listado pela iDJ’s como um dos melhores álbuns de 2010. Hidden Orchestra foi eleita pela Radio Scotland como uma das maiores bandas de jazz da Escócia de todos os tempos. Em novembro de 2010, tocaram pelo Reino Unido e no ano seguinte seguiram para uma turnê na Europa, passando por 12 países. [...]" - Perfeito para as almas introvertidas que têm a contemplação como ferramenta de diálogo com o espírito. Cada faixa é um desdobramento sereno de exercícios experimentais introspectivos. Impossível não sentir o sabor passional de composições que te convidam a fechar os olhos e viajar para dentro.

Hidden Orchestra - (2010) Night Walks:

01 Antiphon
02 Dust
03 Footsteps
04 Out Of Nowhere
05 Stammer
06 Strange
07 Orchestra The Windfall
08 Tired And Awake
09 Undergrowth
10 Wandering

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terça-feira, 20 de junho de 2017

Floex - (2011) Zorya


Já faz parte do repertório da sabedoria popular a noção de que só se é feliz quando não se sabe que está sendo. Se você parar para pensar sobre a felicidade neste instante, ela fugirá de você. Nunca pense nela e ela estará sempre presente no que consideramos ser os bons momentos da vida; mesmo os mais simples, e, geralmente, ela se encontra mais nestes simples momentos. E por que desta reflexão filosófica fajuta aqui? Simplesmente porque este segundo disco do projeto Floex do DJ tcheco Tomás Dvorák, intitulado Zorya, marcou um período muito especial da minha vida, sem eu saber que era especial. O álbum tornou-se uma espécie de fotografia sonora dum momento feliz; sua música congelou na minha consciência uma nostálgica alegria extática com retumbantes poderes catárticos. É só eu escutar esta bolacha que imediatamente sou transportado para um tempo de aparente liberdade, segurança e prazer. Um tempo de batata Ruffles, cerveja e beijinhos da minha namorada (hoje minha esposa). Zorya é música eletrônica downtempo que te faz viajar mais que qualquer pastilha de LSD.

Floex - (2011) Zorya:

01 Ursa Major
02 Casanova
03 Blow Up
04 Precious Creature
05 Forget-Me-Not
06 Veronika's Dream
07 Perlin Noise
08 Petr Parler
09 Nel Blu
10 Mecholup
11 Zorya Polunochnaya

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terça-feira, 13 de junho de 2017

Skalpel - (2005) Konfusion


Skalpel é um projeto jazzístico eletrônico da dupla de DJ's poloneses Marcin Cichy e Igor Pudlo. Sua música é uma fusão de jazz clássico na pegada anos 50, 60 e 70 com vistosos e flutuantes efeitos eletrônicos. Apesar dessa mistura e experimentalismo, a dupla consegue produzir um som com qualidades bem orgânicas e naturais; o resultado final de suas montagens soa como uma legítima banda de jazz tocando ao vivo. É uma música downtempo super atmosférica e ambiental que nos lembra os trabalhos de artistas como The Cinematic Orchestra e DJ Shadow. Konfusion é o seu segundo álbum, e nele, como o próprio nome metaforicamente alude, fundem-se miríades de elementos e efeitos sintéticos artificiais aos rústicos desenvolvimentos daquele jazz de raiz. Cada novo elemento é introduzido com extrema delicadeza e precisão técnica, dissipando assim, qualquer aresta dissonante ou exagero estético que viesse ficar aparentemente fora do lugar. Sua ambiência é soturna e noturna; parece uma trilha sonora noir para adentrarmos pesadelos surrealísticos temperados de expressionismo alemão. Siga o fluxo!

Skalpel - (2005) Konfusion:

01 Shivers
02 Flying Officer
03 Long Distance Call
04 Hiperbole
05 Deep Breath
06 Konfusion
07 Test Drive
08 Wooden Toy
09 Split
10 Seaweed

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terça-feira, 6 de junho de 2017

Lettuce - (2008) Rage!


Por mais de duas décadas, Lettuce, banda estadunidense, trouxe uma nova vitalidade ao funk clássico, combinando seus grooves suaves e espirituosos com urgentes inspirações do hip-hop. Musicalidade excepcional marcada por improvisações cheias de estilo são elementos essenciais de sua alquimia sonora. Composta por Adam Deitch na batera, Adam Smirnoff e Eric Krasno nas guitarras, Erick "Jesus" Coomes no baixo, Neal Evans no teclado, Nigel Hall no teclado e vocais, Ryan Zoids no saxofone, e Eric Bloom no trompete, essa mini orquestra exibe sua competência técnica em performances que contagiam de alegria seu público. Rage! é a segunda paulada de estúdio dessa rapaziada. Eis uma bolacha repleta de brilho e personalidade, e que com grooves bombados e vigorosos, levantam qualquer defunto! Cada faixa trás uma ferocidade arrebatadora nas batidas, numa pegada quente cheia de força e vontade; os metais são impactantes, causando choques rítmicos em cada marcação certeira; teclados, guitarras e baixão criam aquela ambientação malemolente que nos acaricia e seduz. Gostoso demais!

Lettuce - (2008) Rage!:

01 Blast Off
02 Sam Huff's Flying Rage Machine
03 Move On Up
04 King Of The Burgs
05 Need To Understand
06 Last Suppit
07 Dizzer
08 Makin' My Way Back Home
09 Salute
10 Speak Ez
11 Express Yourself
12 Relax
13 By Any Schmeeans Necessary
14 Mr. Yancy

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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Antibalas - (2005) Government Magic EP


A banda possui apenas doze integrantes. Esse pouquinho de gente deve dar um trabalhão na hora de dividir o cachê. Imagine a burocracia na divisão de direitos autorais! Entretanto, não é isso que chama a atenção para este grupo mais do que visitado aqui no Santería, e sim o fato dele formar a linha de frente do atual afrobeat mundial. Antibalas, banda estadunidense, nascida do Brooklyn, nem parece originária das terras do Tio Sam, pois o swing, o groove, aquela pegada de sangue africano, transborda alucinadamente em cada canção desse time de dez pessoas brancas e apenas dois negões; não que de fato isso faça uma grande diferença na execução do trabalho, mas estamos geralmente acostumados a ver essa naturalidade sonora mais nos tradicionalíssimos grupos de afrobeat africanos. Aprenderam direitinho as lições dos mestres! Government Magic é um EP de suculentas cinco faixas, onde a banda desfila um ensaio do melhor que constantemente oferece em seus grandiosos álbuns de estúdio. Elegância afrobeatística aqui flui suave e marota para o nosso deleite.

Antibalas - (2005) Government Magic EP:

01 Go Je Je
02 Government Magic
03 Out With The New In With The True
04 Che Che Cole (Makossa)
05 Dub Je Je

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segunda-feira, 22 de maio de 2017

Afrodizz - (2011) From Outer Space


O que mais falar de um disco de afrobeat? Sempre acabo por me repetir exaustivamente nos meus comentários. Não me lembro de ter ouvido algo de ruim dentro deste gênero. Parece que para aqueles que respeitam as regras e limites do próprio gênero, seguindo mais ou menos as lições estruturais de seu estilo, sempre acabam acertando no resultado da fórmula desenvolvida pelos mestres nigerianos. Aqui falo da banda canadense Afrodizz, discípulos fiéis da arte brotada das terras férteis da mamãe África. From Outer Space, o terceiro álbum da banda, é mais outra das indispensáveis bolachinhas já comentadas por aqui. Eu sei, você gosta do balanço, do molejo danado, daquela batucada marota que hipnotiza o corpo, e da fluidez progressiva que adentra sua alma, incendiando-a de alegria estética sonora. From Outer Space vem como que do espaço exterior para arremessar-se meteoricamente em nosso cotidiano com sua luz das estrelas siderais musicais. Noves faixas habilitam-se para habitar seu recinto por mais ou menos cinquenta minutos e fazer do seu dia um pouco mais cheio de luz. Vá lá!

Afrodizz - (2011) From Outer Space:

01 Intro
02 Suspect
03 Arrival
04 Lethal Venom
05 Flow
06 Joe And Sugar
07 Wanna See
08 Future
09 You Will Be Back

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segunda-feira, 8 de maio de 2017

Esquisse - (2012) Machines Infernales


Pense numa das coisas mais lindas que já ouvi na vida! Sim, para mim nada se iguala a beleza executada pela banda francesa e britânica de folk-jazz instrumental, Esquisse. Eis que em meio a tanta degeneração cultural e lixos produzidos pela indústria pop, surge uma flor de excelso perfume para purificar o ambiente de desolação. Mesclando inteligente e conscientemente a tradicionalidade da música folk com os audazes experimentos virtuosísticos do jazz, o grupo apresenta um resultado estético inusitado e deslumbrante. Canções extremamente bem compostas com estruturas espiraladas e cheias de voltas e reviravoltas de escalas de gigante bom gosto e beleza. A beleza salvará o mundo, e Machines Infernales (não descobri a posição do álbum na discografia da banda), com certeza é um exemplo perfeito dessa esperançosa sentença. Sanfona, clarinete e saxofone realizam uma dança de melodias entrecruzadas que beiram o êxtase místico da contemplação sonora. Uma obra dessa não pode ficar escondida para os bons apreciadores da música descente. Você vai me agradecer!

Esquisse - (2012) Machines Infernales:

01 Hopopup (Maraîchine)
02 Oxyde (Kost Ar C`Hoat)
03 Machines Infernales (Loudéac Premier Rond)
04 Belote (Baleu)
05 Rebelote (Loudéac Deuxième Rond)
06 Palms (Hanter Dro)
07 Vanilla (Scottich)
08 Tchou-Tchou (Rond Paludier)
09 Linda (Polka)
10 La Mort Du Roi (Mazurka)
11 Massacre À La Mojette

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