quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Ratos De Porão - (2014) Século Sinistro


Ratos De Porão é uma banda que dispensa apresentações. É conhecidíssima no underground do Brasil e do mundo. São praticamente mais de 20 anos de existência e resistência na cena. Século Sinistro é o seu mais novo lançamento, o décimo quinto álbum de estúdio da banda. É claro, passaram por altos e baixos, mas estão aí em pleno vigor trucidando ouvidos e as mentes dos que não estão acostumados com seus mortíferos choques de realidade sonoros. É uma banda de muitas histórias, e parte delas são contadas no documentário Guidable: A Verdadeira História Do Ratos De Porão. Bem, quanto a este trabalho de 2014, podemos dizer que é uma puta porreta paulada podreira poderosa; não tiveram dó e não dispensaram o uso de timbres pesados bem equalizados. É um clima de guerra, violência, destruição e puro protesto vomitando as contraditórias incongruências deste velho sistema. Eu não tenho dúvidas de que uma das maiores influências para a estruturação desse trabalho, foi o Slayer. Então, neste derradeiro dia de 2014, o deixamos com esta sinistra bolacha para embalar seus festejos! Feliz Ano Novo!

Ratos De Porão - (2014) Século Sinistro:

01 Conflito Violento
02 Neocanibalismo
03 Grande Bosta
04 Sangue E Bunda
05 Século Sinistro
06 Jornada Para O Inferno
07 Prenúncio De Treta
08 Stress Pós-Traumático
09 Viciado Digital
10 Boiada Pra Bandido
11 Progreria Of Power
12 Puta, Viagra E Corrupção
13 Pra Fazer Pobre Chorar

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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Tinariwen - (2014) Emmaar


Está um calor supimpamente do carOlho! Uma quentura dos infernos dantescos! Então, resolvi trazer uma trilha sonora que combinasse com este clima de deserto do Saara. Trouxe-lhe hoje, a banda de World Music que mais tem bombando na atualidade: Tinariwen. Este fenômeno dos desertos saáricos nasceu em um campo de rebeldes em guerra na região de Muamar Al-Gaddafi no Mali. Ibrahim Ag Alhabib, fundador da banda, quando ainda pequenino, após assistir um filme de cowboy onde uma personagem tocava violão, apaixonou-se pelo instrumento e decidiu o que queria ser na vida. O destino, contudo, preparou o caminho para a realização de seu desejo, pois ao ser forçado a participar das revoltas do grupo guerrilheiro Tuareg, entrou em contato com os colegas que viriam formar a sua banda. Gravaram uma demo e bombaram. As experiências da vida no deserto são a temática principal de seu trabalho, e sua belíssima simplicidade estética de harmonia flutuante, composta de miríades de dedilhados meio Folk, conquistou o mundo. Emmaar é o seu sexto álbum de estúdio. Refresque-se neste oásis!

Tinariwen - (2014) Emmaar:

01 Toumast Tincha
02 Chaghaybou
03 Arhegh Danagh
04 Timadrit In Sahara
05 Imidiwan Ahi Sigdim
06 Tahalamot
07 Sendad Eghlalan
08 Imdiwanin Ahi Tifhamam
09 Koud Edhaz Emin
10 Emajer
11 Aghregh Medin

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Deslizamentos desérticos:


Paixão pelas cordas:


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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Thievery Corporation - (2014) Saudade


Uma bolacha relax cheia de ambiências nostálgicas para deixar saudade de 2014! Território da Música: "Já fazia tempo que o duo norte-americano Thievery Corporation vinha namorando a bossa nova e declarando aqui e ali seu amor por Tom Jobim. Com 'Saudade', [...] dá para dizer que Rob Garza e Eric Hilton se casaram com o estilo. [...] ficou pouco daquele trip hop, do dub e do acid jazz [...]. O clima downtempo e arrastado se manteve, obviamente, por se encaixar na proposta, mas tudo soa mais orgânico. [...] A saudade do título, aliás, não indica só o pé na música brasileira. Indica também uma nostalgia nas referências, na sonoridade que empresta elementos de Serge Gainsbourg e Ennio Morricone. [...] Chamaram, inclusive, vocalistas que cantam em português, [...], e também o percussionista brasileiro Roberto Santos. [...] também traz os argentinos Natalia Clavier e Federico Aubele, além da já conhecida vocalista LouLou Ghelichkhani e de Karina Zeviani do Nouvelle Vague. Seja em português, francês, espanhol, italiano ou inglês, as canções soam como um sonho preguiçoso. [...] é um belo disco".

Thievery Corporation - (2014) Saudade:

01 Décollage (Feat. Lou Lou Ghelichkhani)
02 Meu Négo (Feat. Karina Zaviani)
03 Quem Me Leva (Feat. Elin Melgarejo)
04 Firelight (Feat. Lou Lou Ghelichkhani)
05 Sola In Citta (Feat. Elin Melgarejo)
06 No More Disguise (Feat. Lou Lou Ghelichkhani)
07 Saudade
08 Claridad (Feat. Natalia Clavier)
09 Nós Dois (Feat. Karina Zaviani)
10 Le Coeur (Feat. Lou Lou Ghelichkhani)
11 Para Sempre (Feat. Elin Melgarejo)
12 Bateau Rouge (Feat. Lou Lou Ghelichkhani)
13 Depth Of My Soul (Feat. Shana Halligan)

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Flutuações (faixa Depth Of My Soul - Feat. Shana Halligan):



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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Tune Yards - (2014) Nikki Nack


Jurava que a voz de Merrill Garbus era a de um homem, antes de saber que o vocalista do Tune Yards é uma mulher. Aí eu vi uns vídeos do grupo ao vivo e confirmei minha ilusão auditiva. Ela canta muito bem, e junto com suas backing vocals, constroem deliciosas espirais melódicas, surfam em experimentações silábicas e fazem malabarismos solfejantes no cantar. E não só cantam, como também, se divertem em danças, interpretações e dramatizações cantarolescas; a voz é o instrumento principal no Tune Yards. A influência da música africana em seus trabalhos é mais do que evidente; os instrumentos percussivos formam praticamente toda a base das composições e os efeitos eletrônicos são apenas adereços de texturização ambiental. Tanto é verdade que fora todo material percussivo, o que se tem de diferente no uso da banda, é uma linha de baixo e um tecladinho sintetizado. Tune Yards faz muitíssimo com pouquíssimo. Poucas bandas conseguem explorar sua potencialidade criativa sendo tão econômicas. Nikki Nack é o terceiro álbum do grupo, e vale a pena saboreá-lo nestes derradeiros dias de 2014.

Tune Yards - (2014) Nikki Nack:

01 Find A New Way
02 Water Fountain
03 Time Of Dark
04 Real Thing
05 Look Around
06 Hey Life
07 Sink O
08 Interlude Why Do We Dine On The Tots
09 Stop That Man
10 Wait For A Minute
11 Left Behind
12 Rocking Chair
13 Manchild

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Maluquices psicodélicas !!!


Ao "vivis" !!!


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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Gramatik - (2014) The Age Of Reason


Experimentos dubstepísticos estão na moda. Muitos djs produtores estão brincando com esse estilo da música eletrônica, e o experiente produtor esloveno Gramatik também resolveu nos presentear com algumas delícias sonoras temperadas nesta vibe. Em suas bolachas anteriores pode-se saborear suculentos beats que mostram sua influência e preferência pelo jazz, hip-hop e soul-funk, e neste mais novo trabalho intitulado The Age Of Reason, além de trazer-nos a experiência destas bombásticas combinações da música negra, dá uma apimentada misturando-as com as loucuras distorcidas do dubstep. Ele continua proporcionando-nos momentos de concentração e viagens introspectivas permeadas de nostalgias oníricas, mas agora, retirando-nos repentinamente do sono quando psicodelias tortas e estilhaçadas de efeitos surgem desmanchando nossas paisagísticas imagens mentais, rsrsrs; ingressa-se num outro nível da música. Pode-se dizer que ele preferiu dar uns temperos mais agressivos a sua sonoridade. Achei esse disco muito similar ao Rebel Era do GRiZ. Muito bom. Tchau!

Gramatik - (2014) The Age Of Reason:

01 Brave Men (Feat. Eskobars)
02 Torture (Feat. Eric Krasno)
03 Bluestep (Album Version)
04 Pardon My French
05 We Used To Dream (Feat. Exmag & Gibbz)
06 You Don't Understand
07 Obviously (Feat. Cherub And Exmag)
08 Control Room Before You (Feat. ILLUMNTR)
09 Prime Time
10 Get A Grip (Feat. Gibbz)
11 Just Jammin' NYC (Feat. Exmag)
12 Expect Us
13 Faraway (Feat. Orlando Napier)
14 No Turning Back
15 It's Just A Ride

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Uma introspecção porreta (faixa Brave Men - Feat. Eskobars):


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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Chris Joss - (2014) Bimbo Satellite


Bem, Chris Joss é um produtor e multi-instrumentista francês que até o momento nos presenteou com oito álbuns de estúdio; Bimbo Satellite é o oitavo. Chris Joss já apareceu por aqui antes com o disco Sticks. Bimbo Satellite é um pouco mais diferente que a bolacha de 2009, que é a minha favorita. Neste trabalho de 2014, a ênfase em grooves mais eletrônicos é o grande destaque. Chris Joss provavelmente é um grande apreciador do soul-funk, e nesta sua mais nova bolachinha crocante, há um recheio bem condensado de graves pomposos em baixos calibradíssimos, guitarrinhas em efeitos molhados saturadas de remelexo, e eletronicidades cósmicas e psicodélicas trazendo flutuações de trips psiconáuticas para o ambiente. Acho mesmo é que este músico é um consumidor recreativo de substâncias psicotrópicas, rsrsrs, pois sua estética espelha um colorido versátil e plástico bem típico daquelas pirações setentistas dos hippies malucos e brisados. Este álbum consegue fazer um ótimo apanhado de tudo o que já foi experimentado pelo artista em seus trabalhos anteriores. Recomendadis!

Chris Joss - (2014) Bimbo Satellite:

01 Say Yeah No
02 Pulse Momentum
03 Bimbo Satellite
04 Pepsin Queen
05 Acetate Potion
06 Bigger Nature
07 Tonewheels Of Steel
08 Incidental Affair
09 Rain City 1
10 Rain City 2
11 Time Head
12 Terasonic Overload
13 Meanwhile Back At The Club

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

JariBu Afrobeat Arkestra - (2014) JariBu


Mais uma suculentíssissississiiiiiiiissima bolacha! Duvido você adivinhar do que é! Não vou dar pistas, terá de descobrir sozinho. Bem, JariBu Afrobeat Arkestra é uma banda japonesa, e os japoneses, acabo de descobrir, são muito bons no batuque, deveriam vir mais vezes para a Bahia conhecer nossos tambores. JariBu é o terceiro álbum desse povo, tá quentinho ainda, lançamento recente. Não sei nem o que comentar sobre o disco; já o ouvi uma porrada de vezes; coloquei-o no pen-drive para saboreá-lo enquanto passeio no carro; é uma viagem total! Miles Davis já havia dito: "O afrobeat será uma das músicas do futuro". Tenho de concordar, o negócio não enjoa de jeito nenhum; é um dos gêneros mais deliciosos que tenho escutado ultimamente. Gosto muitíssissississiiiiiiissimo de um sincretismo musical, e é no afrobeat que vejo e ouço uma expressividade multiculturalista bem recheada. Sinfonias de metais solfejadores de alegria super colorida; ritmo quente compassando bamboleios macumbeiros; flautas que encantam e hipnotizam as mais inusitadas serpentes; e outras lindas características. Cinco estrelas!

JariBu Afrobeat Arkestra - (2014) JariBu:

01 Devil (Pt. 1-2)
02 One By One
03 KEW
04 Wild Pansy
05 Afro Rodeo
06 Witness
07 Unrevealed Truth
08 Yellow Joint
09 Dancers In The Darkness
10 BOMB

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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Third Coast Kings ‎- (2014) West Grand Boulevard


Há pouco menos de um mês atrás, publiquei aqui no Blog o maravilhoso primeiro álbum do Third Coast Kings, autointitulado. Agora, volto com a mais nova e ainda quentíssima bolacha do grupo, seu segundo trabalho batizado West Grand Boulevard. O que mudou? Nada! Continuam muito bons e também é um disco que vale a audição. Todo o meu comentário sobre a bolacha primogênita ainda encaixa-se perfeitamente neste trabalho consecutivo: "Mais groove, mais balanço, mais remelexo, mais swing, mais molejo dos quadris e pés bem articulados numa dança de fogo! [...] casamento perfeito de virtuosidades guitarrístcas com metais [...] que entrelaçam-se e fundem-se numa simbiose de múltiplos coloridos sonoros [...] A marcação rítmica é quase hipnótica e cria uma base forte que não nos deixa sair por um instante sequer do espírito grooveiro. Há variados solos de trompetes e saxofones  recheados de profissionalíssimo desempenho técnico de quem não está para brincadeira. [...] É um disco super charmoso, mano!" Um alimento sonoro bem nutritivo para esta segunda-feira morosa!

Third Coast Kings ‎- (2014) West Grand Boulevard:

01 Ice Cream Man
02 Get Some, Leave Some
03 Moving In The Night
04 High Tops
05 Sporting Life (I'€m A Man)
06 West Grand Boulevard
07 Turns To Sunshine
08 Lead Foot
09 Birds And Bees
10 Jelly Roll
11 Just Move
12 Errol Flynns

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Groovah, de novo! (faixa Just Move):


Ainda mais, um apaixonante groovah! (faixa Birds And Bees):


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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

The Budos Band - (2014) Burnt Offering


Eles voltaram! E voltaram arrebentando tudo! Literalmente mesmo, já que voltaram, depois de quatro anos sem lançamentos, com as mãos muito mais pesadas. Neste novo e quarto álbum do The Budos Band, intitulado Burnt Offering, percebe-se um tratamento mais rockístico e pesado, tanto no jeito de tocar, na estética, e nos grooves mais recheados e encorpados. As referências ao rock'n'roll psicodélico setentista são várias: introduções sabbathianas tenebrosas ao estilo filmes de terror; solos lisergicamente mirabolantes de guitarra; tecladísticos órgãos cheios de choro flutuante; morosas conduções rítmicas duma viagem de travessia de deserto; e, tudo isso aí atrás, junto com o suculentíssimo naipe de arrasadores metais soprando violência e ostentação sonora pra tudo que é lado! Mesmo com toda essa experimentação, a banda conseguiu manter-se fiel ao estilo e inovou de maneira satisfatória o seu repertório. E, não se preocupe! Ainda se tem muito swing, balanço e groove na bolacha! Para mim é um disco de respeito, e há a possibilidade de este ser um dos melhores trabalhos do grupo.

The Budos Band - (2014) Burnt Offering:

01 Into The Fog
02 The Sticks
03 Aphasia
04 Shattered Winds
05 Black Hills
06 Burnt Offering
07 Trail Of Tears
08 Magus Mountain
09 Tomahawk
10 Turn And Burn

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Ikebe Shakedown - (2014) Stone By Stone


Oficina De Macacos: "Ikebe Shakedown é o nome da trupe. Vieram do Brooklyn gabando-se por trazer um dos mais fantásticos discos de 2014. A big band, formada em 2008, reuniu 'amigos de classe' que tinham o mesmo apetite e admiração pela música africana. Cozinharam a ideia e serviram uma obra-prima da mais alta gastronomia sonora. O disco 'Stone By Stone' [...] apresenta a suculência rítmica, harmônica e de conceito trazida na bagagem dos sete integrantes. [...] O groove parece ter sido extraditado cirurgicamente dos anos 70. Carrega, sem esforço, elaborados diálogos entre o naipe de metais, refinadas e precisas casqueiradas na guitarra, baixo com groove pesado e macio. Uma viajem a se fazer sem piscar, abismado. A combinação final ventila bons ares na 'fábrica global de música africana', aquela que traz referências da música de origem africana mas que são produzidas e estilingadas nos infinitos cantos do mundo. Agradecemos por ter a Oficina De Macacos {e o Santería também, rsrsrs} como um desses cantos... E não se preocupe, desta pedrada você não vai querer desviar!"

Ikebe Shakedown - (2014) Stone By Stone:

01 The Offering
02 Stone By Stone
03 The Beast
04 By Hook Or By Crook
05 Rio Grande
06 Last Stand
07 Cover Your Tracks
08 Chosen Path
09 The Illusion
10 Dram

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