sábado, 31 de maio de 2014

Spok Frevo Orquestra - (2007) Passo De Anjo


Direto das terras pernambucanas, uma porradaria de virtuosismo rítmico-melódico. Aqui só fera no domínio instrumental pode fazer parte da festa. Todo o disco é de tirar o fôlego com tantos desdobramentos melódicos! Até parecem desenhar no ar miríades de notas em espirais coloridas. A velocidade, a agilidade, a habilidade técnica, são exigências no currículo musical dessa rapaziada. As partituras pegam fogo! Spok Frevo Orquestra não é só uma simples enorme banda de frevo. Em meio a todo um jeito único e brasileiro de tocar esse gênero dos carnavais pernambucanos, a banda lança em sua musicalidade, temperos jazzísticos que enriquecem grandiosamente este trabalho. É uma massa de metais soprando alegria e festividade para todos os lados; é uma batera fazendo marcações de caixa ricocheteadas de quebrar o pulso; é pandeiro balançando, é oboé meloso, é speed sanfona; é uma orquestra botando ritmo quente para pés voadores flutuarem numa dança maluca. Passo De Anjo é primeiro trampo do grupo. Nunca fui fã de frevo, mas, mano, esse disco é fodaço!

Spok Frevo Orquestra - (2007) Passo De Anjo:

01 Passo De Anjo
02 Ponta De Lança
03 Nino, O Pernambuquinho
04 Ela Me Disse
05 Frevo Da Luz
06 Mexe Com Tudo
07 Frevo Sanfonado
08 Nas Quebradas
09 Pontapé
10 Lágrima De Folião
11 Frevo Aberto

Deguste um fluxo:



As três modalidades de frevo (E o pau come, rsrsrs!)


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quinta-feira, 29 de maio de 2014

The Souljazz Orchestra - (2008) Manifesto


O biscoito recheado de hoje é um afrobeat cheio de swing, balanço e molejo gostoso. Temas politizados com alegres e irônicos coros africanos descontraídos; conjunto de metais que jamais podem faltar; tecladinho soltando melodias convidativas à audição; percussões suaves e calorosas; marcações cheias de sensualidade e liberdade fluídica. Com certeza é um disco muito mais para o corpo, para o movimento e para a dança. A presença de elementos soul-funk é indiscutível. Há qualquer audição de algum disco dos canadenses do The Souljazz Orchestra, fica evidente que todo trabalho de composição é feito com a maior precisão técnica e consciência do resultado que se deseja concretizar (mesmo que o resultado venha de combinações simples e espontâneas). Um disco super empolgante e fácil de ouvir. Tem poucas músicas que fazem-se perfeitamente suficientes. Já nas primeiras, somos conquistados pelo brilho do gingado rítmico e dos belos sopros introdutórios dos metais. Manifesto é o terceiro álbum do grupo. Afaste a mesinha de centro na sua sala e rebole a vontade!

The Souljazz Orchestra - (2008) Manifesto:

01 Parasite 
02 Kapital 
03 People, People 
04 State Terrorism
05 Interested Benevolence 
06 Grasshopper & Toad 
07 Amen    

Deguste um fluxo:


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terça-feira, 27 de maio de 2014

Jazz Jamaica All Stars - (2001) Massive


A brincadeira aqui é de gente grande. Gente madura que sabe o que quer. A música neste álbum é tratada como se deve. Foi feita para penetrar todos os poros de nossa alma, e por meio de canções que a cada instante, nos convidam para dançar e festejar a vida. Assim é o ska, sempre de bem com a vida. Pra quê pressa? Pra quê preocupação? Pra quê estresse? Tudo flui, se vai, e se esvazia do que não É! O momento é o Agora! E aqui tudo está fluindo na mais tranquila suavidade, e banhando-nos de prazer sonoro acalentador. Cada espiral melodiosa dos metais, cada marcação rítmica ...um êxtase místico na união com a música. Massive é o sexto trabalho dos britânicos do Jazz Jamaica All Stars, e como o próprio nome da banda já se propõe, nosso presente é um mix com influências da terra de Bob Marley, e uma magnífica homenagem às feras do jazz. Um massivo ato mágico de volatilizar-nos a altas frequências de bem-estar. Nesta semana você não precisa ir ao terreiro se benzer, escute este disco e ele será o suficiente para fazer-lhe uma caprichada limpeza astral, rsrsrs. Belíssimo!

Jazz Jamaica All Stars - (2001) Massive:

01 Ball Of Fire
02 My Boy Lollipop 
03 Dolphin Dance
04 Again
05 Footprints 
06 Confucius 
07 Vitamin A 
08 Walk On By 
09 Liquidator 
10 Cupullito De Aleli 
11 Medey (Love Theme From The Godfather)
       
Deguste um fluxo (faixa Ball Of Fire):



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domingo, 25 de maio de 2014

ArtOfficial - (2011) Vitamins & Minerals


Sempre gostei muito de rap, mas não qualquer tipo de rap. Além de ritmo e poesia, é preciso ter estilo. É preciso ter uma certa classe na abordagem lírica dos temas e no desenvolvimento instrumental. A persuasão neste gênero musical também está no tratamento estético dado a parte não verbal. Para mim, um instrumental bem trabalhado acaba por falar muito mais do que mil palavras. Os sons falam ao coração e as palavras a razão. No caso da banda ArtOffical, a união amistosa do trabalho verbal e instrumental são uma prerrogativa para a construção de uma boa música que dialogue com ambos. O rap executado pelos caras ultrapassa o paradigma convencional de MC's e DJ. O que temos aqui não são apenas boas rimas swingadas, belos temas existenciais verbalizados e beats groovados; o que temos também é uma banda firmeza mostrando o melhor de suas influências do jazz e soul-funk, e com um maravilhoso conjunto de metais cantando melodias refinadíssimas. Tudo com muito estilo! Vitamins & Minerals é o quarto álbum do grupo. Ritmo e poesia fluindo em um colorido sonoro diferenciado.

ArtOfficial - (2011) Vitamins & Minerals:

01 Low Level
02 Bags Packed (Feat. Amanda Diva)
03 All In All (Feat. Michelle Forman, Asuka Barden)
04 Migraine
05 Rooftop
06 Black Birds
07 AO Cadence
08 Rumor Says (Feat. Anita Wilson, Don Lowe)
09 Three Four (Feat. Rory Cooper)
10 8785
11 Can't Keep Running In Place (Feat. Wrekonize, DJ Fuse)
12 Vitamins & Minerals
13 Pound For Pound
14 Don't Hold Your Breath (Feat. Miami Symphonic Strings)

Deguste um fluxo:


Só no groove!


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Siga o fluxo!

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Mouse On The Keys - (2009) An Anxious Object


Dois teclados e uma batera, só isso. De vez em quando uns metais e uma linha de baixo dando um brilho especial à arquitetura sonora. Coisa fina! Sutilezas do jazz sem exagero, elegância no desenvolvimento dos compassos, gostosas melodias entrelaçadas em timbres de piano, uma bateria sentando o pau em viradas quebradas e marcações ligeiras. O som é simples, mas grande em beleza e improvisações. Há algumas passagens ambientais nos conduzindo a momentos de concentração e viagem introspectiva. Uma trilha ideal para dias nublados e cinzentos onde só desejaríamos estar debaixo duma coberta, tomando um cafezinho e relaxando, rsrsrs. Mouse On The Keys é um trio japonês de experimentações jazzísticas-rockísticas, e An Anxious Object é o seu primeiro álbum. Um colega me apresentou o som desses caras justamente numa época em que estava abrindo-me a audições mais experimentais, e acabei por agregá-lo a minha coleção de coisas bacaníssimas para se ouvir. Para mim foi um estímulo no desdobramento de um gosto musical mais experimental. Considerem este, mais um post imperdível!

Mouse On The Keys - (2009) An Anxious Object:

01 Completed Nihilism 
02 Spectres De Mouse 
03 Seiren 
04 Dirty Realism 
05 Forgotten Children
06 Unflex 
07 Double Bind 
08 Soil 
09 Ouroboros 

Deguste um fluxo:



Improvisação e experimentalismo ao vivo no TAICOCLUB'11 (faixa Forgotten Children):



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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Norma Jean - (2010) Meridional


Em uma brincadeira dessas de Facebook onde fazemos listinhas para mostrar nossos gostos e coisas que apreciamos, participei de uma que exigia uma listagem de discos que fizeram minha cabeça nos últimos anos. E, logicamente, a postagem de hoje é sobre um desses discos na lista, que jamais me canso de escutar. Meridional é o quinto álbum da banda norte-americana Norma Jean (Dizem que é uma banda cristã, mas a obscuridade subjetiva das letras deixa-me em dúvida). Véi, quanta porradaria e gritaria num só álbum! Neste trabalho o que mais me impressiona é a esplêndida combinação de violência instrumental com uma carga dramática vocal raivosa-melancólica. O disco é cheio de revolta misturada com tristeza. Temos uma sensação de libertação catártica através de urros, melodias chorosas, berros estridentes e cantos suaves. Adoro os timbres, a bagunça de microfonias, os belíssimos riffs das guitarras, e toda uma prataria comendo solta na batera ...e, apesar de tanta brutalidade, o disco me parece cantar muita esperança e transformação positiva. Simplesmente fodástico

Norma Jean - (2010) Meridional:

01 Leaderless and Self Enlisted
02 The Anthem Of The Angry Brides
 03 Deathbed Atheist
 04 Bastardizer
 05 A Media Friendly Turn For The Worse
 06 Septentrional
 07 Blood Burner
08 High Noise Low Output
 09 Falling from The Sky: Day Seven
10 Everlasting Tapeworm
 11 Occidental
 12 The People That Surround You On A Regular Basis
13 Innocent Bystanders United

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Adoro este vídeo! Uma metáfora perfeita sobre os labirintos sombrios da mente (faixa Deathbed Atheist):


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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Ra Djan - (2013) Anima Fuga


Ultimamente tenho ouvido muita música eletrônica e descoberto coisas espetaculares nesse gênero. Dentre as mais recentes pesquisas em meio a um aglomerado de músicas, acabo por deparar-me com esta pérola aqui. Anima Fuga é o primeiro álbum da dupla de DJs ucranianos Ra Djan. Coisa linda de meu Deus! Com certeza está entre uma de minhas melhores audições nos últimos meses, e tornou-se um dos meus álbuns favoritos no momento. Os caras conseguiram reunir neste trabalho tudo o que venho apreciando nos experimentalismos eletrônicos: batidas pesadas de breakbeat e drum'n'bass, digressões virtuosísticas de teclado e xilofone em complexas melodias computadorizadas, atmosferas ambientais-cósmicas com batucadas tribais, elementos xamânicos e mantras guturais-robóticos,  guitarras viajantes ao estilo Pink Floyd, e muito mais. Psicodelia fantástica! Eis uma ótima ferramenta auditiva para fazer-lhe entrar em estado zen sem precisar de psicoativos, rsrsrs. Vale a pena agregar mais esta riqueza na sua coleção de bons discos para a vida toda. Pire nesta delícia, meu chapa!

Ra Djan - (2013) Anima Fuga:

01 Cube
02 Maytreya
03 Jordam Rain
04 Anima Fuga
05 Ra Maayan
06 Colorythm
07 Glass Bead Game
08 Nerve Rose

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sábado, 17 de maio de 2014

Chris Joss - (2009) Sticks


Pegue suas pastilhas de LSD e prepare-se! Esta é a trilha sonora para sua mais nova trip. As músicas por si só já são a maior viagem. Uma sensação de flutuação ascensional e êxtase místico permeia todo o álbum. Cítaras em digressões melódicas junto com flautas e guitarrinhas ao estilo anos 70, teclados descontraídos e combinações eletrônicas-orgânicas. Fica-se com toda uma vibe soul-funk music preenchendo o espaço e o coração do ouvinte. Composição elegante com elementos leves e sutis que parecem nos carregar no colo para estados elevados de consciência. A atmosfera vai se condensando em coloridos sonoros, e é quase impossível não se imaginar adentrando numa suruba hippie, rsrsrs. Só paz e amor! Bem, Chris Joss é um produtor e multi-instrumentista francês que até o momento nos presenteou com oito álbuns de estúdio, Sticks é o quinto. É provável que tenha gravado todo esse disco maravilhosamente sozinho. O trabalho dele têm conseguido manter sempre a mesma saborosa qualidade. Preciosidade rara esse disco, camarada! Siga o fluxo!

Chris Joss - (2009) Sticks:

01 Little Nature 
02  Surrounded 
03 Charmer 
04 Danger Buds 
05 Rififi Rococco
06 Root Juice
07 Melisma Mercury 
08 Night Scare
09 Tune Down 
10 Zingy Twangs
11 A Soft Reprise
12 Tea Age Sea

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sexta-feira, 16 de maio de 2014

AlgoRythmiK - (2011) Morphism


Pra você que curte um som com variações malucas de break beat, dubstep, nu-jazz e funk, temos aqui um trabalho riquíssimo em experimentalismos eletrônicos. Batidas deliciosamente groovadas e excelentes para se ouvir naquele seu som com caprichados subwoofers. É para deixar seus vizinhos "pês da vida", ou para caírem no balanço do electroswing junto com você. Há uma combinação bem refinada de elementos eletrônicos neste trabalho: samples jazzísticos-funkeiros (a la James Brown, que fique bem claro!); scratches hip-hopísticos a rodo e participações especiais de MC's; saxofone, didgeridoo e cantos tribais na mesma pegada; psicodelias estridentes do dubstep com frases de efeito soltas; momentos de jazz suavidade, cítaras distorcidas, muitas batidas pesadas e industriais. Sonzaço do carOlho! O grupo Algorythmik é composto por três maluquíssimos DJ's franceses que produziram um trabalho imperdível. Morphism é o primeiro álbum deles, e já começaram muito bem. Fãs do The Chemical Brothers, Fatboy Slim e The Prodigy vão curtir. Siga o fluxo, meu chapa!

AlgoRythmiK - (2011) Morphism:

01 Jump For Swing
02 Our Lazy Day
03 Everybody Gets Funky
04 Hammer's Break
05 Circus World (Feat. Ben Sharpa & Wapi Wap)
06 AboriJazz
07 Physical Sisters
08 Round One
09 Andrew's Break (Long Edit)
10 Cantina
11 A Guide To Happiness
12 Something Fishy
13 Final Round
14 Muppet Chaud (Bonus)

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quinta-feira, 15 de maio de 2014

... E no início era o Fluxo !!!


... Pois então, meus caros, ainda escassíssimos, leitores e ouvintes degustadores da boa música, inicio aqui minha louvação de abertura ao ecletismo musical de bom gosto, rsrsrs. Que os Sagrados Orixás estejam comigo a guiar e orientar-me nesta mais nova empreitada de compartilhamento de músicas, ideias e links deliciosos para seus deleites auditivos. Sejam todos maravilhosamente bem-vindos a este espaço virtual Sagrado, nosso terreiro musical. 

Eu, Rogério O Porta Luz, proponho a pelo menos uma vez por semana compartilhar com vocês meus gostos musicais, opiniões sobre determinados trabalhos, e alguns links do que tenho pesquisado para se ouvir de bom, agora e sempre.

Tenho gostos ecléticos seletivos, portanto, neste blog vocês encontrarão gêneros e estilos musicais dos mais variados possíveis, que geralmente, não estão nas modas comerciais do momento. E Graças a Deus; Saravá, meu Pai, rsrsrs !!! ... Rock, Rap, Reggae, Ska, Eletrônico, Jazz, MPB, Experimental, Instrumental, Etc, é nóis !!!

Santería é o nome de uma religião afro-cubana recheada de misturas étnicas e culturais (assim como nosso Candomblé e Umbanda, aqui no Brasil), e o escolhi para o blog por representar meu ecletismo musical, a minha apreciação pela espiritualidade ancestral, e a harmônica variação sincrética de gostos.

Espero que gostem de meu trabalho, participem, comentem, sugiram ideias e voltem sempre. É só pelo simples prazer de compartilhar cultura e conhecimento para o engrandecimento de todos nós, que estou aqui.

Bem, até mais !!! Um grande abraço a todos ... e sigam o Fluxo !!!